DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O TEMPORA ! O MORES !

O TEMPORA ! O MORES !

Sombrias observações ocorrem-nos, não raro quando nos damos conta da dança, do que chamamos de valores história afora.

Os Anciãos, ou “os Antigos” nas sociedades do médio-oriente na Antiguidade eram referidos e tidos como pessoas que adquiriram “status” especial de respeito e consideração e, mesmo de tácita autoridade, nem só pela idade, antes pela sabedoria que a idade revela, mas, também, pela posição de importância que a experiência de vida que alcançaram outorgava-lhes.
Pintura de Rembrandt
Na história de Israel desde muito cedo se reconheceu o elo entre a dignidade do Ancião e a posição de liderança ou de comando por ele exercida. (Ver, entre outros, Ex. 3,16). A primeira menção relevante pode ser anotada em Números 11, 16.24, quando o Eterno ordena a Moisés de reunir setenta homens conhecidos do povo como antigos magistrados encarregados de participarem da experiência da Divina Presença, de receber a inspiração e de dividirem a responsabilidade do comando com Moisés.

Na introdução de AVOT,  a mishnah afirma que nos tempos bíblicos, os Antigos foram encarregados de manterem a continuidade da tradição religiosa, após a morte de Josué e, que, enfim, foram os Antigos que transmitiram essa responsabilidade aos profetas.

Outrossim, já na época talmúdica o título de Antigo fora identificado com erudição, demonstrando até que o hebraico “zaqen” é como tal um acrônimo de “aquele que adquiriu a sabedoria.”

Nos tempos de hoje, quando a tecnologia vem suprindo com sobeja satisfação a sabedoria, já pela sua imediata praticidade, já pelo fascínio de sua constante transformação utilitária para a produção de bens de consumo; a produzir mais e mais riquezas à satisfação da sofregidão consumista, a figura dos Antigos não só se extinguiu – e quanto aos antigos e aos idosos, sem nenhuma serventia nessa nova era; muito bem, e deveras, apenas denominados de macróbios,  dignos tão somente de comiseração, senão de desdém e despreço; inúteis que são para a produção e fracos para o consumo (pois, só consomem remédios) – como se tornou depreciada, e acaba por se constituir em um sério e incômodo problema para o Erário Público, haja vista o distrato que merece a nossa Previdência no Brasil !

Quem guarda sua boca e sua língua, guarda sua alma de penúrias. (prov. 21-23)

Paz Plena,

Ozâmpin

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