DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

LUMINOSIDADES

GALYA RAZA (o revelador de segredos), obra de autor desconhecido, assinalava que a transmigração das almas (metempsicose) seria castigo para os pecados, quando o ser que se revestiria de certa forma refletiria então a natureza de seus pecados. Essa idéia de que a alma humana poderia reaparecer no corpo de animais teria tomado corpo por longo tempo. Na verdade, segundo Heródoto, historiador grego da antiguidade caberia aos egípcios a primazia dessa concepção: “os egípcios foram os primeiros a acreditarem na metempsicose”.
Busto de Heródoto, cópia romana do século II,
no Stoa de ÁtaloAtenas
Ari, o Leão de Safed, identificaria em um grande cão preto a alma de um fornicador. Sem dúvidas, a exposição mais sistemática dessa concepção vai ser encontrada nas obras do rav. Hayim Vital, discípulo do próprio Ari (Isaac Luria). Segundo esse sistema luriânico, cada uma das cinco partes da alma (as ditas cinco rotações: Yechidah, chayah, neshamah, ruach e nefesh), migraria independemente, de corpo em corpo.

Dessarte, cada alma pode ser tomada como uma combinação de elementos que teriam vivido no passado em diferentes circunstâncias, cada um deles tendo necessidade de certa sorte de ticcum (melhoramentos e/ou correções). A influência da obra de Vital tornou corrente o conceito de transmigração no misticismo hebraico até a época moderna.

Saltando dessa concepção às mais recentes teorias quânticas dos “universos paralelos”, ou dos “multiservos”, podemos cogitar que partes d’alma é que experimentam vivências em diversos universos, tudo, enfim, como partes fragmentadas de Adam há Rishon.

Vale a pena essa especulação !

Como curiosidade luminosa !

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