DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Novos Horizontes


Entre os dias 17 e 20 do corrente mês de agosto iniciamos um curso de Numerologia Kabbalística em Curitiba. Na oportunidade, coube-nos congratularmos com o comparecimento de um bom número de interessados pelo assunto. Ocorreu nesse ínterim histórico um fenômeno deveras curioso já assinalado por vários autores ligados à observância dos processos culturais que deságuam em nossos dias. Alguns cabalísticos, entre eles o eminente Ravi Michael Laitman já tantas vezes citados por nós, anotaram esse interesse e essa busca de esclarecimento espiritual em plena época de efervescência tecnológica.
O Rabino Joseph Saltoun em sua obra: “Árvore da vida, a arte de viver segundo a Cabala”, ressalta, com propriedade que lhe é própria:
Existe um guia divino que nos protege, mas existem também duas forças negativas que não querem que o homem saia do mundo da escuridão _ essas forças negativas são os “anjos caídos”. O Zohar nos fala sobre um povo chamado NEFILIM, também citado na Bíblia, que na verdade não é o nome de um povo, mas, um nome que simboliza os descendentes desses anjos que caíram na escuridão e entraram na mente das pessoas. Atualmente não são apenas dois anjos. Os Nefilim procriaram com as filhas dos homens e dessa união surgiram criaturas que não eram humanas no sentido puro, possuíam o corpo humano, mas, tinham a consciência influenciada pelos anjos negativos. Esse é um processo que começou na época da Bíblia e está ocorrendo até hoje. E quanto mais se reproduzem, maior é o número de nefilim sobre a Terra.” (p.56 da referida obra).
O fato é que boa parte desta geração parece começar a optar entre os 99% de luz que nos cerca, contra o 1% de escuridão em que nos mergulhamos. Apenas através de algumas frestas de penumbra que o Esoterismo (com s) enseja é que podemos perceber uma saída, dessarte a Kabbala, com seu tradicionamento de Sabedoria Espiritual com que o Futuro (o Mundo Vindouro) manifestava em outras gerações, começa a ser de novo o caminho mais objetivo.
Diz o mestre Michael Laitman às páginas 23, 24 e 25 de sua obra A Revelação da Cabala (Imago, Rio de Janeiro):
A Cabala entra em cena.
“A Cabala fez a sua estreia de 5000 anos na Mesopotâmia, numa antiga região que se localiza atualmente no Iraque. A Mesopotâmia não é apenas a terra natal da Cabala, mas, de misticismos e de todos os ensinamentos antigos. Naqueles dias, as pessoas acreditavam em diversos ensinamentos diferentes, na sua maioria seguindo mais de um ensinamento por vez. A astrologia, a previsão do futuro, a numerologia, a mágica, a feitiçaria, os encantos, o mau-olhado. Tudo isso floresceu na Mesopotâmia, o centro da cultura do mundo antigo”.
Vale a pena ler o que o autor esclarece pelas páginas 24 e 25 em diante, mas, dado a limitação de nosso espaço cumpre-nos apenas a indicação da obra citada. No entanto à página 27 ocorre-nos outro parágrafo do qual não podemos reprimir a vontade de reproduzi-lo, graças ao seu efeito esclarecedor para tornar o nosso propósito mais explicito:
“De acordo com a sabedoria da Cabala, esta colisão de culturas e o ressurgimento de crenças místicas que eram abundantes na antiga Mesopotâmia marcam o início da reunião da humanidade em uma nova civilização. Hoje, estamos começando a compreender que somos todos conectados e que precisamos reconstruir o estado que existia antes da fragmentação. Ao reconstruirmos uma humanidade unida, nós iremos também reconstruir o estado que existiu antes da fragmentação. Ao reconstruirmos uma humanidade unida nós iremos também reconstruir nossa conexão com a natureza, com o Criador”.
Sem dúvida, o Criador nos ajuda a reconstruir esta conexão mercê de sua imensa bondade por nós. E o que devemos fazer? _ Seguir esta tendência. Tendência que cada vez é mais flagrante nesta geração, alvíceras! A luz que retorna as nossas retinas obscurecidas pelo racionalismo reducionista do Iluminismo que envolve a cultura hodierna vigente.
À página 33 o autor faz de novo resumo do capítulo que julgamos relevante citar:
“Hoje quando um número crescente de pessoas está convencido de que a religião e a ciência não provêm às respostas às questões mais profundas da vida, elas estão começando a procurar em outra parte por respostas. Este é o tempo pelo qual a Cabala esperou, e é por isso que ela esta ressurgindo para prover a resposta ao propósito da existência”.
Em corroborando a nossa pretensa afirmação de que as forças imanentes do Bem triunfam finalmente, como dizia o nosso filósofo, Tobias Barreto, retornamos a obra do rabino Josefh Saltoun, da qual selecionamos alguns conselhos positivos:
“Hoje, a nossa geração de acordo com a Cabala é chamada de “a última geração” (The Last Generation). O que significa a última geração? Por que as gerações precisam chegar ao fim? Seria este o fim do mundo? “Existem profecias apocalípticas sobre isto, sobre a destruição do mundo, mas, a Cabala não as aceita, da maneira que são apresentadas”. De acordo com a Cabala, o fim do mundo não é o fim do mundo físico, mas, o fim de uma concepção limitada do mundo físico que existe na mente de cada pessoa, desse modo o fim é na mente e não no mundo físico”. ( diz o autor à página 28)
Não devemos ficar presos a breves citações. Por que não ler o testemunho importante que o livro nos traz? Peça-o ao seu livreiro. Nesta obra o leitor é convidado a entender conceitos básicos da Cabala, que é uma metodologia.
Ora, se para nós a KBL é antes de tudo uma metodologia, a Numerologia é também uma metodologia, e formam entre si um método perfeito e apurado para verificar os desígnios superiores de nossas almas. É essa concepção que nos move no estudo da Numerologia Cabalística que ao contrário de outras, apresenta uma proposta orgânica do que venha a ser Numerologia, como um sistema prático. A decorrência lógica natural das funções numéricas origina-se da Árvore das Vidas, um anagrama que por si só esclarece o processo de CRIAÇÃO, quando, então, os números são funções cósmicas. Nada nesta numerologia cabalística é abstrato ou aleatório. Tudo é decorrente da própria significação do valor numérico das sefírotes e das letras do alfabeto hebraico.
As metodologias quando se conectam, ajustam-se e o resultado pode vir a ser uma rigorosa concepção de métodos. É o caso da numerologia cabalística. Severidade e rigor reportam-se a Geburah. Mas é sempre indicado compreendê-los sob os reflexos da Generosidade e Amor de Hesed, a produzirem a Beleza e Harmonia de Tiferet.

PAZ PLENA,

Ozampin.