DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

domingo, 11 de setembro de 2011

COMENTANDO III


O MODELO EXTÁTICO (2º Modelo)


No seu artigo diz o exegeta MOSHE IDEL: O Êxtase é uma constante da experiência humana.


Assim chama a atenção de que as experiências extáticas vão se fazendo cada vez mais notórias, desde já os meados do séc. XIII, registrando-se por volta de século XV e XVI, depois de Abuláfia (séc. XIII), as  de Yossef Karo, as de Luria e de outros.


Característica é a observação do R. Isaac de Acre a respeito dessas experiências, quando explica que o segredo dos segredos é sempre participação com o Espírito divino: Aquele que merece o sagrado da comunhão (com o Divino) merecerá o segredo da equanimidade, e se ele recebe esse segredo, então conhecerá também o segredo da hitbodedut e uma vez que tenha conseguido da hitbodedut, receberá o Espírito divino, e daí a profecia, até ele profetizar e dizer coisas futuras.


Como se pode perceber a característica dessa prática de Kabbalah é o ideal da devekut. As técnicas capazes de assegurarem esses tipos de união com a divindade são hitbodedut, como certo tipo de meditação, seja pela solidão, seja pela concentração mental, ou hischtovut, dita equanimidade, e as célebres técnicas lingüísticas de combinar letras do Aleph-Beit com as do Tetragrammaton Sagrado e com a contemplação dos Nomes divinos. A importância dos componentes lingüísticos dessas técnicas são evidentemente marcantes.


Todavia, nenhum movimento teria acentuado tanto a importância das experiências pneumáticas quanto o hassidismo, na Polônia, o faria mais tarde. Assim, diz MOSHE IDEL, há boas razões para se crer que os manuscritos de Abuláfia (séc. XIII) teriam sido já conhecidos no séc. XVIII, na Europa Oriental.


Para a abordagem extática pode o cabalista usar a linguagem e os textos canônicos com o propósito de induzir a experiência mística, mediante a manipulação da linguagem acompanhada com outros componentes de outras técnicas. A teoria extática da linguagem seria, então, menos simbólica e teúrgica do que a da Kabbalah teosófica. Moshe Idel observa que... na Cabala extática a desconstrução dos textos canônicos, bem como da linguagem corriqueira, constitui importante ferramenta mística para reestruturar a psique humana.


(Continua na abordagem do 3º modelo)

HITBODEDUT NOTA/GLOSSÁRIO:
Rabi NACHMAN
Conforme se depreende dos ensinamentos de Rabi NACHMAN, HITBODEDUT é a palavra clássica para meditação, que quer dizer literalmente auto-isolamento mental. Ensinada pelo mestre Rabi Nachman, Hitbodebut seria a meditação interior dirigida. é o melhor e o mais alto nível de adoração. “Medito todas as noites sobre minha cama em lágrimas.” (Salmos 6:7) Esse era o costume do Rei David.

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