DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

CAMINHO

Um livro imprescindível, tanto para os estudiosos quanto para os leigos. Para os leigos? Por quê?
Sim, porque sob a capa da ignorância, não raro, esconde-se a pérfida má vontade, ou pérfida malevolência, um dos demônios da intolerância.
O caminho da Cabala, de Z’ev ben Shimon Halevi, Ágora Editora,  São Paulo, 2011. Nesta sua obra, o autor WARREN KENTON, sob o título hebraico acima citado, vem mais uma vez, dentro de sua lucidez absoluta, e de seu estilo didático, demonstrar que, no caminho da Cabala, a Cabala é o caminhante, portador de rara Sabedoria e do Ensinamento (Thorah), passando por várias culturas de vários povos, assimilando e interagindo com todas, mas iluminando-as com a Sua Luz Infinita.
 Velho conhecido de estudiosas do assunto Shimon Haveli dispensa comentários, pois através de suas seis ou mais obras já traduzidas para o português, constitui uma das referências mais citadas por todos aqueles que se dedicam ao aprendizado dos princípios básicos do Ensinamento e da Tradição.
Particularmente neste seu mais recente trabalho, Z’ev ben Shimon Halevi explica o Caminho da Cabala através da Estrada, que é a VIDA, história afora, ou seja, da obra da Criação. Há textos assim de rara beleza e de elevada espiritualidade, próprios de um guia qualificado e dedicado.
Como vimos, há vários modos, na Cabala, de descrever a mesma coisa e muitas versões para a Árvore Ampliada e os quatro mundos. Talvez o primeiro e o mais conhecido seja o da Escada de Jacó, cujos pés estavam no chão, onde ele dormia, e seu topo chegava aos Céus com “anjos do Senhor subindo e descendo por ele”  (Gênesis 28:12). Em um sonho, Deus informa a Jacó que estará sempre ao seu lado e lhe dará a terra sobre a qual ele repousa. O simbolismo do sonho revela um estado de consciência bem diferente daquele que seria o natural de Jacó. De pronto, ao acordar ele diz “Certamente o Eterno está neste lugar; e eu não sabia”.
Cheio de reverência, ele então tomou a pedra que havia usado como travesseiro e a partir dela construiu um altar. Após consagrá-lo com óleo, símbolo da Graça Divina, chamou esse local de Beit-EL a Casa de Deus. Essa pedra guarda uma ligação com aquela que o Santo, Bendito Seja, lançou ao Abismo durante a Criação dos mundos. A parte superior da pedra, porém, permaneceu ligada à sua origem, enquanto a parte inferior desceu para a Direita, para a Esquerda, pela Criação afora.
E vai por aí com o poder de síntese e abrangência da teoria da Árvore. Nada em especial senão a facilidade com que liga os acontecimentos bíblicos à mecânica de Árvore. Não continuaremos a citação por questão de espaço aqui. Mas, em sua obra, o texto prossegue explicativo do funcionamento da Árvore, na mesma simplicidade sintética que se reporta a fato e à natureza da Árvore de que tanto se serve a Cabala. Só lendo o livro pode-se avaliar a arte do autor. Uma citação pode ser até mesmo uma traição já que nem ao menos consegue mostrar o que seja a maneira de escrever do autor.
Quem estuda tem muito a aprender. Quem quer conhecer vai se surpreender, pois vai ter um preciso conhecimento do que vem a ser a Cabala.
À pratica: vamos tratar de estudá-la, imediatamente!
A propósito, aproveitamos do ensejo para realizar um curso de aprofundamento de seus ensinamentos, a partir deste mês de fevereiro.
Paz Plena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário