DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

domingo, 3 de julho de 2011

CONTINUAÇÃO DA TEORIA LURIÂNICA SOBRE O TZIM TZUM

Por mais que se queira resumir a concepção luriânica, ela não pode ser feita em pequenos espaços. Assim, vejamos, o conceito da reparação ou correção dito TIKUN. Esse TIKUN inicial vem a ser a reparação dos danos causados pela quebradura dos vasos, a chevirah. Esse foi um conceito revolucionário dentro da Kabbalah, pois, não só aportava todos os elementos da REDENÇÃO MESSIÂNICA, como conferiria à Kabbalah uma característica especial: - a do voluntarismo histórico.

Desde então, a simbólica cabalista se origina, ela mesma, daquelas forças que movem a história como tal. Com efeito, a luriânica vem como a primeira teologia hebraica a estabelecer que a verdadeira unidade da divindade não deva ser buscada no passado remoto, nem mesmo em suas origens, posto que ela emergirá – isso é relevante ! – somente no fim dos tempos, quando toda a dualidade existencial for corrigida em virtude do processo do TIKUN (reparação e/ou correção). A partir disso, a mística vira-se para o futuro, já que toda perfeição espiritual não vai se dar senão lá no futuro. Aliás, lembremo-nos, que um dos nomes do Ha-SHEM é SEREI (Ehyeh).


É evidente que a tese luriânica enfatiza que a história apresenta-se como a sucessão de tentativas divinas através das quais a divindade experimenta realizar o TIKUN e libertar “as centelhas” cativas... Infere-se dessa concepção revolucionária que, uma vez criado o mundo, é ao homem, em particular a humanidade iniciática, Israel, que cabe proceder ao TIKUN. Trata-se de uma visão antropocêntrica já que se atribui ao homem desempenhar papel fundamental, não só na decisão do seu destino, mas na determinação do destino do mundo, do universo, e, até mesmo do reino divino. (observem os Ensinamentos cabalísticos como se opõem às canhestras teorias de movimentos de idéias particulares, meramente panteístas, tais como da NOVA ERA, e, de outras tantas teorias modernas sem a mínima tradição esotérica)

Para a Kabbalah, cabe ao homem colaborar com a divindade na realização mesma da verdadeira unidade divina, a qual depende de certo modo de como age a humanidade. Para o antropocentrismo o mal não pode, pois, ser tomado como força ingovernável. Há uma certa dimensão na qual o homem há de ultrapassá-lo, já pela sua identificação com a religião, quando ele não só se libertará do mal senão por si mesmo, já que é nele que o mal persiste.

Como se pode constatar, a Kabbalah luriânica é toda prenhe de messianismo, e a REDENÇÃO aparece como o cerne de seu Ensinamento; mas para ela, a vinda do Messias é o resultado da REDENÇÃO, e não a sua causa.
Como se depreende, para Luria, o desenvolvimento da temática do Exílio de D’us confere à vida cotidiana de cada homem uma nova dimensão: essa da predestinação do homem de que na sua faina provocará a libertação de mundo e o fim do Exílio de D’us.

Assim seja. Amém.

Paz plena, Ozam.


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