DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

domingo, 19 de junho de 2011

AS LETRAS

“Das manipulações das letras O Eterno criou todas as coisas do mundo...”

Tendo em vista a importância das letras do Aleph-Beit e, atendendo algumas solicitações para maiores elucidações sobre este tema, doravante, apresentaremos a título de informações para estudiosos, alguns tópicos, sem ordem alfabética, de excertos de nossa obra O Alpeh-Beit – Os mistérios das letras do Alfabeto Hebraico. (em editoração) :


AS LETRAS

Entre em cada letra com toda a sua força. D’us habita cada letra e, ao entrar, Você se une a D’us. (de Baal Shem Tov)

YAH, isto se escreve em hebraico como YHYHVH.

E foi com essas letras que D’us criou todas as coisas.

A letra

VAU – a Sexta letra
Vau

Vau quer dizer ligação, daí a sua significação de gancho, prego, unha, daquilo que se agarra às coisas, unindo-as. Por isso, em hebraico é o conectivo e = vau. Vau ensina-nos tantas lições. Com ela, pensamos assim: (aprendizado)

Isaías (XL, 26): “Levantai os olhos para o alto e considerai quem criou tudo isso.”

Andar de cabeça baixa nem sempre é sinal de humildade. Às vezes é de vergonha.

Vau levanta-se para os céus. O Yod que está na cabeça da letra vau remete-nos a esse “levantai os olhos para cima”, com que nos admoesta o Profeta. Foi necessário que o profeta no-lo recordasse, já que não raro esse cabisbaixo andarilho esqueceu-se dos céus, e, em o esquecendo, curvar-se-ia aos medos e desamparos. E muitas vezes, e tantas e tantas, por tantos e tantos tempos, aos tiranos que se apoderam das nações. E aos quais nos submetemos, e, cabisbaixos, ficamos! ... Não é humildade, é humilhação! Opróbio! Vergonha! Ignomínia!

Os olhos para alto, que ilustra a letra vau, ensina-nos que nada nos pertence e, sim, a quem criou tudo isso; mas, se não nos pertence, pertence menos ainda àqueles que usurpam o que nunca lhes pertencera, aos quais elegemos pela covardia de nossos votos. Cabe-nos levantarmo-nos como vau indica, recuperando nossa dignidade, tal como a verticalidade da letra.

A Kabbalah distingue-se de várias outras concepções de vida por que para o cabalista de nada vale a ação solitária e individual, o que lhe importa é a humanidade iniciada, responsável e ligada (como vau) aos mundos superiores. 

O cabalista preocupa-se com a salvação coletiva. Tal é o sentido da Devekut, adesão a D’us, a demonstrar a união entre a vontade dos homens com a misericórdia do Supremo.

A letra Vau, do tronco inferior subindo ao Yod, retrata essa interação, homem (haste inferior) com Yod (cabeça de vau), o Eterno. Mas, como a letra aspecta, é preciso que o tronco esteja erecto na sua verticalidade sem cabeça baixa; ao contrário, levantado aos céus com temor e respeito!

Lições de vau, lições de que não se deve esquecer!

Levanta os olhos para o alto..., exorta-nos o profeta!

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