DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O PORQUÊ DA KABBALAH


A busca que assistimos pelos Ensinamentos de que é portadora a Kabbalah não revela tão só um aspecto do nosso desenvolvimento mental, é, também, sinal sintomático que já se vislumbra, enfim aquela LUZ no fim do túnel... Portanto não tomemos todo esse movimento como mero modismo intelectual; é bem mais que isso...
Hoje, quando um número crescente de pessoas está convencido que a religião e a ciência não provêem as respostas às questões mais profundas da vida, elas estão começando a procurar em outra parte por respostas. Este é o tempo pelo qual a Cabala esperou, e é por isso que ela está ressurgindo – para prover a resposta ao propósito da existência.(A Revelação da Cabala, Rav. Michael Laitman, PHD, Imago, 2008. RJ, pg. 33)
No entanto, muitos entre os nossos interlocutores queixam-se da dificuldade de entenderem a Kabbalah. Deixando de lado preconceitos históricos, culturais e ideológicos, entre os quais os de que a Kabbalah tendo nos chegado através do judaísmo não passa de um aspecto do sionismo; isso explica apenas certo antisemitismo visceral senão patológico: cabe-nos acreditar que essa dificuldade ocorrer possa em virtude de que a Kabbalah é, antes de tudo, disciplina espiritual e, como tal, distinta do corrente aprendizado lógico e intelectual a que nos acostumamos; isso também, nos remete àquela nossa contumaz carência da percepção de tudo que se refira à Essência.
Muito a propósito, no Prefácio ao Zohar, diz o Rabi Yehuda Ashlag: É conhecido que aquilo que não podemos sentir, nós também não podemos imaginar; e aquilo que não podemos perceber, nós não podemos imaginar também... Portanto o pensamento não tem percepção alguma da Essência. Ora, o que se busca é D’us. E D’us é Essência ! E só através de nosso desenvolvimento espiritual é que haveremos de começar a ter noção de que venha a ser Essência ainda que abstrata seja a sua percepção.
Por outro lado, o cabalista A.-D. Grad nos chama a atenção de que para compreender a Cabala... é preciso estar familiarizado com um clima mental singular, onde as relações sujeito-objeto são estranhas à mentalidade ocidental.
Toda cultura tem sua modalidade própria de pensar. Nós, no ocidente, fomos “programados” pelo paradigma Greco-romano, analítico e lógico. O cabalista, muito ao contrário, trabalha o pensamento analógico e simbólico. E, por tradição hebraica, pensa antitética e dialeticamente.
Assim, desde antes fomos formados (no sentido literal do termo) no dualismo do pensamento lógico. Dualismo que acarretou esta sociedade excludente, dividida, classista, elitista e compartimentada. Fomos feitos e adestrados para duelar, disputar e concorrer. Somos quebrados, partidos e não aprendemos a amar o próximo. Já o pensamento monista da Kabbalah, em partindo da premissa de que tudo é Um (Echád), toda dualidade é pura ilusão, “maija”. Na existência tudo são formas, só D’us é Essência !
Como bem já tratava disso a grande mestre da alquimia, Maria, a Judia, ou a hebréia, mais tarde, a Prophetisa: - tudo é Um. Um que se transforma em dois, dois em três, e do tercerio vem o um como quatro. Dessarte, a dialética cabalista é, antes, orgânica, enquanto a de Hegel é artificial.
Tem-de-se levar em conta ainda que o pensamento cabalístico é sobretudo simbólico. Mas, essa é outra coisa da qual falaremos a tempo. No entanto, não é demais dizer que em se tratando de começar a aprender Kabbalah basta trocar de “chip”... E não é tão difícil trocar-se de “chips”... É, por certo, mais fácil que a má vontade e as impertinências idiossincrásicas de uma cultura terra-a-terra e chata. Quem não quiser, que fique na rabada da História, comendo poeira dos que vão à frente !... Louvados sejam !
Paz Plena !
Ozâmpin, fevereiro de 2011.

PARA LEITURAS INTRODUTÓRIAS À KABBALAH, entre mil outras excelentes, podemos citar:
LAITMAN, MICHAEL, A Revelação da Kabala, RJ, Ed. Imago;
A.-D.GRAD, Para compreender a Cabala, S. Paulo, Ed. Pensamento;
EPSTEIN, PERLE, Cabala, o caminho da Mística Judaica, S. Paulo, Ed. Pensamento;

PARA COMPREENSÃO DA ESSÊNCIA E DO SAGRADO:
BONDER, NILTON, Sobre Deus e o Sempre, Rio de Janeiro, Ed. Campus;
BONDER, NILTON, O Sagrado, Rio de Janeiro, Ed. Rocco

2 comentários:

  1. Paz Plena.
    Essa busca inerente ao ser humano ganha reforço com o lançamento desse blog onde Ozampin passa a compartilhar com mais pessoas seus ensinamentos. Grande pesquisador e professor, Ozam, é um grande prazer poder vê-lo e lê-lo, agora, mesmo distante. Um grande abraço e todo meu carinho.
    Letícia Matos

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  2. Carissimo Òlukó Ozampin é muito bem vê-lo na rede, postando seu conhecimentos, tenho muito prazer em deswfrutar de seu convívio que Esu lhe traga força e vigor e que Òlòrún te abençoe sempre

    Flavio Girol

    p.s. ozam retoren com seu e-mail

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