A
História infelizmente
registra que quase sempre encontros tornaram-se logo em confrontos,
isso no diz respeito sobretudo as culturas e, ou as ideias. Na Arvore
Sefirótica aprendemos, no entanto, que
encontros podem e devem tornar-se oportunidades para mudanças
positivas e transformações auspiciosas no sentido de partilha, ou
de interações recíprocas. Por quê? Talvez tenha faltado nesses
encontros que viraram confrontos, tanto a compaixão quanto a
benevolência, sem as quais não se pode aproveitar a força e o
enriquecimento enrustidos nesses encontros.
Na Árvore
observamos que a não – séfira DAAT,
resultante de vetores de força de HOCHMAH
(sabedoria, ABA) e de BINAH
(entendimento, IMA) significa,
Conhecimento, Paz e Filho, enquanto que tudo se dá na coluna
intermediária do equilíbrio, ou da Fundição que é também, e por
isso mesmo, tida como das Graças
e da Clemência.
Qualquer outra adjetivação torna-se pleosnática e inócua, pois
Graça e Clemência
dão a esta coluna a sua verdadeira significação. No triângulo
d’Alma
é Tiferet
o lugar da conciliação dos eflúvios
de Hesed com
as de Geburah, daí
ser denominado de Harmonia e Beleza.
O Hieróglifo
da Árvore, que é um grifo
hierático explica melhor que tudo como funciona a compaixão e como
sua força está para transformar todo encontro em comunhão,
interação e participação como devêramos assim agir na vida.
Partilha e interação são somas, adição, complementariedades, que
só se pode obter pela benevolência e pelo amor, sem ego. No drama
histórico não observamos senão egoísmos, malevolência, e nenhum
traço por mais insignificante fora de compaixão. Tanto no que se
refere a encontros culturais quanta à troca de costumes, hábitos, e
de valores intelectuais, todos em geral exacerbados por orgulhos e
vaidades, que nada valem, mas, que são, mesmo assim, portadores dos
venenos da malevolência, do egoísmo e da esterilidade
particularíssima e idiossincrásica de valores egóicos e
individualizados .
A
kabbalah que é o mais importante acervo da Sabedoria
do Ocidente sempre soube assimilar a
experiência de outras culturas e se enriqueceu nas diásporas do
judaísmo.
Nilton Bonder em sua obra “Segundas
Intenções” reconhece este ensinamento e cita: “Quando uma
pessoa pensa em fazer algo perverso não deve ser imputada a essa
pessoa a intenção até que o faça. Mas, se deseja fazer algo
gentil, e por alguma razão acaba não realizando, deve-se considerar
como se estivesse feito. (Salmos
30, & 4 , In: BONDER, p.61). E
logo adiante, adverte: “ Toda vez que nas relações humanas houver
assimetria, a malícia nos preencherá de segundas intenções. Essas
assimetrias nos levam a convocar a justiça, que é um nível ainda
mais profundo de manifestação de segundas intenções”.
Estados
modernos, esses Leviatãs do Absurdo, são cheios de segundas
intenções. E perdem oportunidades de se tornarem mais ricos com o
que poderiam vir a conhecer a própria experiência desses outros
povos de culturas tão distintas com que se
encontram e se conflitam.
Em
recente obra já encontrada no mercado, o mestre espiritual e líder
político, Sua Santidade Dalai Lama, faz judiciosas observações da
“Prática da Benevolência e da
Compaixão”. Aconselho que leiam. O
mestre em apreço dispensa apresentações, mas, seus enfoques são
de uma importância para tomarmos posição a respeito do tema. Um
tema importante que vai desde nossos primeiros contatos com o
diferente até escândalos dos pré-conceitos e das exclusões,
plenas de segundas intenções: o petróleo. Em nossa experiência
existencial temos de avaliar que nossas pequenas atitudes de pura
vaidade e soberba, podem tornar-se o combustível moral que
justifica, por falta de compaixão, os desvarios políticos dos
impérios que nos subjugam. Diz Bonder: “Essas assimetrias (de que
falamos na citação acima) nos levam a convocar a justiça que é um
nível ainda mais profundo de manipulação de segundas intenções.
Novamente teremos que identificar o invisível para desmascarar o
impulso moral. O Eu tratará de convocar seus amigos a ouvir suas
razões. E eles serão muitos, porque, o território das segundas
intenções é cheio de justificativas”. (p.61)
“O
erro dos Estados é resultante óbvia da malevolência acumulada de
seus cidadãos. Não se conhece história de Impérios em que seus
cidadãos não fossem o que foram”.
As intenções são manipulações que demonstram os ardis do Ego,
quer seja ego pessoal, quer seja nacional. Ego é sempre ardiloso.
Quer seja pessoal, quer seja nacional tem de ser contido e alinhado.
Tão forte que não se deve senão encaminhá-lo e retificá-lo.
Paz Plena !
Ozampin
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