Comunidade em hebraico é tsibur composta por três consoantes: ts (tsade), b(bet) e r (resh). Cada uma dessas letras relaciona-se com uma palavra:
Ts (tsude), tsadikim, os justos;
B (beit), bemunim, os intermediários;
R (resh), reshaim, os iníquos.
Qualquer comunidade é constituída de todo tipo de gente, desde os justos aos vilões, passando pelos intermediários. A diversidade explica o mundo !
Para viver temos de aprender a conviver com toda espécie de criaturas. Compreendê-las e não julgá-las ! Por isso sempre é de bom alvitre alguma prudência. Só os néscios não têm recatos e são afoitos. Os sábios talmúdicos nos advertiam que até falar bem de um amigo pode levar à calúnia. Falar demais pode também propiciar o pecado.
Shamain (Michmá 15) diz: - Faz do teu estudo da Torá um hábito permanente; fala pouco e faz muito, e acolhe todo homem com um semblante agradável.
Num comentário ao episódio de Noé, o editor da edição da Torá, A Lei de Moisés, de Sêfer Ed. e Livraria, relembra-nos que os doze meses passados na Arca ensinaram a Noé e à sua família o conceito de convivência. Por força das circunstâncias, eles readquiriram conceitos e valores que se desgastaram na sociedade e cultura em que viviam. Através da experimentação no cotidiano, lhes ensinou que a vida em comum com outras pessoas só é possível a partir de concessões mútuas e do reconhecimento da existência e das necessidades do próximo. Assim, Deus pôs à prova a bondade de Noé. Aprovado no teste, ele adquiriu a condição de tornar-se o fundador da segunda humanidade.
Isto é ensinamento, válido pela experimentação histórica. É assim que a Kabbalah nos instrui: a Ética da práxis.
Obra O Dilúvio, Capela Sistina, de Michelangelo Buonarroti. |
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