Entre
os dias 17 e 20 do corrente mês de agosto iniciamos um curso de
Numerologia Kabbalística em Curitiba. Na oportunidade, coube-nos
congratularmos com o comparecimento de um bom número de interessados
pelo assunto. Ocorreu nesse ínterim histórico um fenômeno deveras
curioso já assinalado por vários autores ligados à observância
dos processos culturais que deságuam em nossos dias. Alguns
cabalísticos, entre eles o eminente Ravi Michael Laitman já tantas
vezes citados por nós, anotaram esse interesse e
essa busca de esclarecimento espiritual em plena época de
efervescência tecnológica.
O
Rabino Joseph Saltoun em sua obra: “Árvore da vida, a arte de
viver segundo a Cabala”, ressalta, com propriedade que lhe é
própria:
“Existe
um guia divino que nos protege, mas existem também duas forças
negativas que não querem que o homem saia do mundo da escuridão _
essas forças negativas são os “anjos caídos”. O Zohar nos fala
sobre um povo chamado NEFILIM, também citado na Bíblia, que na
verdade não é o nome de um povo, mas, um nome que simboliza os
descendentes desses anjos que caíram na escuridão e entraram na
mente das pessoas. Atualmente não são apenas dois anjos. Os Nefilim
procriaram com as filhas dos homens e dessa união surgiram criaturas
que não eram humanas no sentido puro, possuíam o corpo humano, mas,
tinham a consciência influenciada pelos anjos negativos. Esse é um
processo que começou na época da Bíblia e está ocorrendo até
hoje. E quanto mais se reproduzem, maior é o número de nefilim
sobre a Terra.” (p.56 da referida obra).
O
fato é que boa parte desta geração parece começar a optar entre
os 99% de luz que nos cerca, contra o 1% de escuridão em que nos
mergulhamos. Apenas através de algumas frestas de penumbra que o
Esoterismo (com s) enseja é que podemos perceber uma saída,
dessarte a Kabbala, com seu tradicionamento de Sabedoria Espiritual
com que o Futuro (o Mundo Vindouro) manifestava em outras gerações,
começa a ser de novo o caminho mais objetivo.
Diz
o mestre Michael Laitman às páginas 23, 24 e 25 de sua obra A
Revelação da Cabala (Imago, Rio de Janeiro):
A
Cabala entra em cena.
“A
Cabala fez a sua estreia de 5000 anos na Mesopotâmia, numa antiga
região que se localiza atualmente no Iraque. A Mesopotâmia não é
apenas a terra natal da Cabala, mas, de misticismos e de todos os
ensinamentos antigos. Naqueles dias, as pessoas acreditavam em
diversos ensinamentos diferentes, na sua maioria seguindo mais de um
ensinamento por vez. A astrologia, a previsão do futuro, a
numerologia, a mágica, a feitiçaria, os encantos, o mau-olhado.
Tudo isso floresceu na Mesopotâmia, o centro da cultura do mundo
antigo”.
Vale
a pena ler o que o autor esclarece pelas páginas 24 e 25 em diante,
mas, dado a limitação de nosso espaço cumpre-nos apenas a
indicação da obra citada. No entanto à página 27 ocorre-nos outro
parágrafo do qual não podemos reprimir a vontade de reproduzi-lo,
graças ao seu efeito esclarecedor para tornar o nosso propósito
mais explicito:
“De
acordo com a sabedoria da Cabala, esta colisão de culturas e o
ressurgimento de crenças místicas que eram abundantes na antiga
Mesopotâmia marcam o início da reunião da humanidade em uma nova
civilização. Hoje, estamos começando a compreender que somos todos
conectados e que precisamos reconstruir o estado que existia antes da
fragmentação. Ao reconstruirmos uma humanidade unida, nós iremos
também reconstruir o estado que existiu antes da fragmentação. Ao
reconstruirmos uma humanidade unida nós iremos também reconstruir
nossa conexão com a natureza, com o Criador”.
Sem
dúvida, o Criador nos ajuda a reconstruir esta conexão mercê de
sua imensa bondade por nós. E o que devemos fazer? _ Seguir esta
tendência. Tendência que cada vez é mais flagrante nesta geração,
alvíceras! A luz que retorna as nossas retinas obscurecidas pelo
racionalismo reducionista do Iluminismo que envolve a cultura
hodierna vigente.
À
página 33 o autor faz de novo resumo do capítulo que julgamos
relevante citar:
“Hoje
quando um número crescente de pessoas está convencido de que a
religião e a ciência não provêm às respostas às questões mais
profundas da vida, elas estão começando a procurar em outra parte
por respostas. Este é o tempo pelo qual a Cabala esperou, e é por
isso que ela esta ressurgindo para prover a resposta ao propósito da
existência”.
Em
corroborando a nossa pretensa afirmação de que as forças imanentes
do Bem triunfam finalmente, como dizia o nosso filósofo, Tobias
Barreto, retornamos a obra do rabino Josefh Saltoun, da qual
selecionamos alguns conselhos positivos:
“Hoje,
a nossa geração de acordo com a Cabala é chamada de “a última
geração” (The Last Generation). O que
significa a última geração? Por que as
gerações precisam chegar ao fim? Seria este o fim do mundo?
“Existem profecias apocalípticas sobre isto, sobre a destruição
do mundo, mas, a Cabala não as aceita, da maneira que são
apresentadas”. De acordo com a Cabala, o fim do mundo não é o fim
do mundo físico, mas, o fim de uma concepção limitada do mundo
físico que existe na mente de cada pessoa, desse modo o fim é na
mente e não no mundo físico”. ( diz o autor à página 28)
Não
devemos ficar presos a breves citações. Por que não ler o
testemunho importante que o livro nos traz? Peça-o ao seu livreiro.
Nesta obra o leitor é convidado a entender conceitos básicos da
Cabala, que é uma metodologia.
Ora,
se para nós a KBL é antes de tudo uma metodologia, a Numerologia é
também uma metodologia, e formam entre si um método perfeito e
apurado para verificar os desígnios superiores de nossas almas. É
essa concepção que nos move no estudo da Numerologia Cabalística
que ao contrário de outras, apresenta uma proposta
orgânica do que venha a ser Numerologia, como um sistema
prático. A decorrência lógica natural das funções numéricas
origina-se da Árvore das Vidas, um anagrama que por si só
esclarece o processo de CRIAÇÃO, quando, então, os números
são funções cósmicas. Nada nesta numerologia cabalística é
abstrato ou aleatório. Tudo é decorrente da própria significação
do valor numérico das sefírotes e das letras do alfabeto hebraico.
As
metodologias quando se conectam, ajustam-se e o resultado pode vir a
ser uma rigorosa concepção de métodos. É o caso da numerologia
cabalística. Severidade e rigor reportam-se a Geburah. Mas é
sempre indicado compreendê-los sob os reflexos da Generosidade e
Amor de Hesed, a produzirem a Beleza e Harmonia de Tiferet.
PAZ
PLENA,
Ozampin.