Numa de suas mais recentes obras, o Rav
Michael Laitman, com sua linguagem simples e na sua habitual capacidade de
tornar fácil e compreensivo temas herméticos, traz à luz uma das preocupações daquilo
que chamamos de Kabbalah Antropocêntrica, ou seja, o método cabalístico que
ensina a humanidade a fazer a semelhança com o divino, já que ela é a imagem,
conforme diz o Gênese: “Façamos o homem à nossa imagem e (faça ele) a
semelhança". Sim, fazer a semelhança é o desejo humano de (depois de recebido)
doar (ter a intenção de), doar ao Criador, isto é, diz o autor: “A construção
da intenção sobre cada desejo que sentimos é o que nos faz conscientes de quem
somos, de quem o Criador é, e de se queremos ou não ser como Ele – altruísta –
mas mostra-nos quem somos, quem Ele é, e nos dá a oportunidade de fazer nossa
livre escolha, nos tornamos as pessoas que pretendemos ser: semelhantes ao
Criador, ou não. (p.86, obra: A Revelação da Cabala).
Se
tomarmos a Árvore Sefirótica para entendermos este caminho que especifica a
intenção de se elevar à origem da luz que é Keter, quando ela se reflete em
Malchut, a séfira da matéria no plano assiático, compreendemos que Malchut é o
receptor e que a luz que recebe por doações deve retornar aos triângulos
superiores que, graficamente, se referem aos mundos supernos. Se Malchut é
grande vaso (Kli) que desejou e recebeu a luz, cabe-lhe devolvê-la e tornar-se
também doador.
Esta é a mecânica da Árvore, em resumo, a
dialética que deve orientar o nosso desejo de doar, (altruísmo) como fez o
Criador (Kadosh Baruch Hu). A um tempo explica a ética cabalista: é Devekut, ou
seja, a interação com a divindade, como um dos fundamentos dessa corrente da
Cabala que situa a intenção do desejo humano e esclarece esse fato como centro
e objetivo do nosso comportamento.
Diz o autor: “Onde há um caminho havia um
desejo”. E ensina: no primeiro capítulo, dissemos que o conceito de Kli (vaso)
e Ohr (luz) é inquestionavelmente o conceito mais importante na sabedoria da
Cabala. Na verdade, entre Kli e Ohr, o primeiro é o mais importante para nós,
por mais que o verdadeiro objetivo seja obter o segundo. E acrescenta linhas abaixo (pgs:86-87).
Falando
cabalisticamente, é necessário um Kli interno para detectar um objeto externo.
De fato os Kelim (plural de Kli) não apenas detectam a realidade exterior, eles
a criam. (...)
Não
existe um mundo exterior, nem coisas tais. Existem desejos, Kelim que criam o
mundo exterior de acordo com suas próprias formas. Fora de nós, há apenas a
Forma Abstrata, o Criador imperceptível, intangível. Nós damos forma ao nosso
mundo, dando forma às nossas próprias ferramentas de percepção, aos nossos
próprios Kelim. (...)
Quando
corrigirmos nossos Kelim e fizermos com que eles se tornem belos, o mundo será
belo também.
E
completa seu ensinamento com estas palavras: “O Tikun (correção) é interior, e
assim também é o Criador”. Ele é o nosso “eu” corrigido.
Citar
trechos fora do contexto da obra não é boa prática, mas, quando se trata de
trechos de Rav Laitman, pode-se fazê-lo com extrema facilidade, já que o
contexto da obra é como uma túnica inconsútil.
A
preocupação desta intenção se cinge à compreensão do que chamamos: O Pensamento
da Criação, o plano mestre do Criador. Eia, pois, companheiros, esta obra do
Rav Laitman é, deveras, Um Guia da Pessoa Comum para uma vida mais tranqüila, e
deveras, uma Revelação.
Como
a Cabala é antes de tudo uma holopráxis aproveite, leia, pratique E creia como
diz o autor: “Um Kli corrigido é um desejo utilizado com intenções altruístas”.
Então o ÚNICO PROBLEMA É MUDAR AS INTENÇÕES COM AS QUAIS USAMOS NOSSOS DESEJOS.
Paz Plena
Ozampin