O que é o
espiritualismo? – Um ledo engano.
Hoje em dia
não se sabe por que, se por ignorância ou por mero modismo, ou se por
exibicionismo puro, ou se por falta de comprometimento com seu credo, quando se
pergunta (para efeito de cadastramento) a uma pessoa qual a sua religião
recebemos de súbito essa resposta estapafúrdia: - Espiritualista.
O que quer
dizer isso? Espiritualismo não é religião. E religião ou se tem ou não se tem.
Não se trata apenas de questão de semântica ou de falta de conhecimento do
léxico da língua portuguesa. Não. É simplesmente falta de convicção, de certeza
e, literalmente, de má fé.
Todos nós
humanos encarnados somos antes de tudo espírito. Diziam os egípcios há 18 mil
anos atrás que o espírito precisa do físico para se manifestar. São Paulo
enfatizaria esse conceito ao afirmar que não há alma sem corpo nem corpo sem
alma. Não se esquecendo que para o conceito do Apóstolo era de NEFESH para
todos os seres vivos e de NESHAMAH para os humanos; ou de RUACH no sentido mais
abrangente: espirito. Todas essas denominações foram traduzidas para o grego
como psique e para o latim como anima. Que pobreza! É o que ocorre quando se
traduz do hebraico para essas línguas meramente conceituais. Para a Cabala e
para o judaísmo a alma em suas rotações cíclicas é Ruach, Neshamah e Nefesh.
Daí essa confusão de se acreditar que só os homens têm alma. É logico que com
as significações de Ruach (espirito), Neshamah (alma humana) e Nefesh
(vitalidade), ou seja, alma animal e/ou vegetal.
Espiritualismo
é uma tendência ideológica indicada na própria palavra por este genérico e
perturbador sufixo de ismo, que nada acrescenta, mas que pega incautos e
desprevenidos pelo pé. Ocorre-nos o que os mestres e estudiosos da concepção
holística em no-la explicando, por exemplo, diriam que o termo holismo é uma
excrecência, pois holismo é justamente aquilo que não é holístico.
Parodiando-os poder-se-ia dizer que espiritualismo é mera ideologia
reducionista e limitativa, portanto, exclusivista daquilo que se concebe como a
busca pelo espírito. Muito ao contrário a religião que tem suas raízes no
radical latino religare a significar que liga o mundo físico ao mundo do
espírito. Isto além de ser religião, é também o sentido da espiritualidade, um
estado de consciência expandida. Portanto é a religiosidade e não esse esdrúxulo
espiritualismo que explica a real intensão dos buscadores de estados superiores
da consciência. Se a pessoa em pauta não acredita em religião, mas em Deus,
basta dizer-se teísta. Enquanto que espiritualista não é necessariamente aquele
que não tem religião já que toda pessoa religiosa busca a espiritualidade por
ser esse tal de espiritualismo apenas uma ideologia equivocada de quem quer um
caminho espiritual só para si, historicamente bem diferente de toda a
humanidade que sempre pautou-se pela religião na busca de Deus.
Apesar das
indiossincrasias e peculiaridades das religiões, conturbações naturais
inerentes à busca, Religião é que faz a ligação entre o mundo da matéria e do
espirito. Religiosidade é sentimento de humildade e de contrição que faz de
quem a pratica um buscador verdadeiro e autêntico apesar da diversidade de
cultos, ritos, e celebrações de cada uma. Ora, se não convém a uns, convém a
outros. Essa é a história humana, às vezes perturbada por egoístas que
pretendem serem os únicos escolhidos por Deus. Não cabe a um homem sozinho a
busca por Deus, mas sim por toda a humanidade. Por quê? Porque é Deus que busca
pelos homens, pela humanidade. Não por um homem sozinho, mas por todos nós, sim,
porque somos todos um em UM.
É mera
pretensão de cada personalidade ter por si só descoberto um caminho distinto
diverso e particular para crescer. Quando chegamos a esse mundo a estrada já
está pronta, o caminho somos nós que o fazemos mas, se a estrada já estava
pronta, é para que todos nós a trilhemos em conjunto.
A Cabala
ensina, por exemplo, que o mandamento único é: - Amai a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo. Aquele que pensa que descobriu um caminho
exclusivo é um reducionista crasso, o que é bem típico de um iluminista bem
comum da cultura moderna. Mero egoísta típico iluminista que não crê em nada a
não ser em si mesmo.
Shemá Israel
Adonai é Nosso Deus. Adonai é Um.
Não importa
a sua religião. Adonai é Um. Portanto não se envergonhe de sua peregrinação. A
alma coletiva (Ruach), o espírito é só um.
Quando você
tiver vergonha da religião de seus pais, de seus irmãos, desses pobres filhos
de Deus que somos todos, declare-se ateu ou teísta, mas nunca espiritualista
que nada significa. Esse espiritualismo é tão só uma ideologia de uma
envergonhada e canhestra espiritualidade que não é espiritualidade e nada é.
Acaso, só
você é que sabe marchar e está de passo certo, num batalhão que tem a coragem
de se mostrar? E que tem um comprometimento maior com a verdade?
Humildade e
água benta não faz mal a ninguém nem a si mesmo.
Paz Plena
aos homens simples de boa vontade. Somos todos Um em Um. Adonai é nosso Deus. Adonai
é Um.
Louvado Seja!
Louvado Seja!
Ozampin