DEUS E O COMPASSO. Nesta pintura de William Blake, Deus utiliza um compasso para tornar real o desenho criativo.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A busca


Numa de suas mais recentes obras, o Rav Michael Laitman, com sua linguagem simples e na sua habitual capacidade de tornar fácil e compreensivo temas herméticos, traz à luz uma das preocupações daquilo que chamamos de Kabbalah Antropocêntrica, ou seja, o método cabalístico que ensina a humanidade a fazer a semelhança com o divino, já que ela é a imagem, conforme diz o Gênese: “Façamos o homem à nossa imagem e (faça ele) a semelhança". Sim, fazer a semelhança é o desejo humano de (depois de recebido) doar (ter a intenção de), doar ao Criador, isto é, diz o autor: “A construção da intenção sobre cada desejo que sentimos é o que nos faz conscientes de quem somos, de quem o Criador é, e de se queremos ou não ser como Ele – altruísta – mas mostra-nos quem somos, quem Ele é, e nos dá a oportunidade de fazer nossa livre escolha, nos tornamos as pessoas que pretendemos ser: semelhantes ao Criador, ou não. (p.86, obra: A Revelação da Cabala).
Se tomarmos a Árvore Sefirótica para entendermos este caminho que especifica a intenção de se elevar à origem da luz que é Keter, quando ela se reflete em Malchut, a séfira da matéria no plano assiático, compreendemos que Malchut é o receptor e que a luz que recebe por doações deve retornar aos triângulos superiores que, graficamente, se referem aos mundos supernos. Se Malchut é grande vaso (Kli) que desejou e recebeu a luz, cabe-lhe devolvê-la e tornar-se também doador.
Esta é a mecânica da Árvore, em resumo, a dialética que deve orientar o nosso desejo de doar, (altruísmo) como fez o Criador (Kadosh Baruch Hu). A um tempo explica a ética cabalista: é Devekut, ou seja, a interação com a divindade, como um dos fundamentos dessa corrente da Cabala que situa a intenção do desejo humano e esclarece esse fato como centro e objetivo do nosso comportamento.
Diz o autor: “Onde há um caminho havia um desejo”. E ensina: no primeiro capítulo, dissemos que o conceito de Kli (vaso) e Ohr (luz) é inquestionavelmente o conceito mais importante na sabedoria da Cabala. Na verdade, entre Kli e Ohr, o primeiro é o mais importante para nós, por mais que o verdadeiro objetivo seja obter o segundo.  E acrescenta linhas abaixo (pgs:86-87).
Falando cabalisticamente, é necessário um Kli interno para detectar um objeto externo. De fato os Kelim (plural de Kli) não apenas detectam a realidade exterior, eles a criam. (...)
Não existe um mundo exterior, nem coisas tais. Existem desejos, Kelim que criam o mundo exterior de acordo com suas próprias formas. Fora de nós, há apenas a Forma Abstrata, o Criador imperceptível, intangível. Nós damos forma ao nosso mundo, dando forma às nossas próprias ferramentas de percepção, aos nossos próprios Kelim. (...)
Quando corrigirmos nossos Kelim e fizermos com que eles se tornem belos, o mundo será belo também.
E completa seu ensinamento com estas palavras: “O Tikun (correção) é interior, e assim também é o Criador”. Ele é o nosso “eu” corrigido.
Citar trechos fora do contexto da obra não é boa prática, mas, quando se trata de trechos de Rav Laitman, pode-se fazê-lo com extrema facilidade, já que o contexto da obra é como uma túnica inconsútil.
A preocupação desta intenção se cinge à compreensão do que chamamos: O Pensamento da Criação, o plano mestre do Criador. Eia, pois, companheiros, esta obra do Rav Laitman é, deveras, Um Guia da Pessoa Comum para uma vida mais tranqüila, e deveras, uma Revelação.
Como a Cabala é antes de tudo uma holopráxis aproveite, leia, pratique E creia como diz o autor: “Um Kli corrigido é um desejo utilizado com intenções altruístas”. Então o ÚNICO PROBLEMA É MUDAR AS INTENÇÕES COM AS QUAIS USAMOS NOSSOS DESEJOS.

Paz Plena

Ozampin